sexta-feira, 19 de julho de 2013

Carta aberta de um médico cubano ao povo brasileiro

 Saúde -

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Quinta-feira, 18 de Julho de 2013

Carta aberta de um médico cubano ao povo brasileiro

Publicado originalmente em Viomundo com texto de abertura de Conexão
Médicos brasileiros reagiram de forma violenta a iniciativa do governo de importar médicos estrangeiros para trabalharem em municípios onde não há estrutura médica. Por conta de uma reserva de mercado que na prática inexiste, afinal, não há médicos operando em mais de 700 municípios, os profissionais de saúde do Brasil, país que tem médicos atuando no exterior, acabaram por ofuscar um exercício da Medicina que é exemplar em todo o mundo: o cubano. O médico Juan Carlos Raxach, sentido com a injusta reação de colegas brasileiros, escreve carta que replicamos aqui. Leia na íntegra.


Juan Carlos Raxach: Carta de um médico cubano



Carta de um médico cubano: Simplesmente respeito, solidariedade e ética

"Meu nome é Juan Carlos Raxach, cubano, que desde 1998 escolhi o Brasil como meu país de residência, e sinto o maior orgulho de ter me formado, em 1986, como médico em Havana, Cuba.

É com tristeza e dor que vejo as notícias publicadas pela mídia e nas redes sociais, a falta de respeito e de solidariedade proveniente de alguns colegas brasileiros, profissionais ou não da área da saúde, que atacam e desvalorizam os médicos formados em Cuba como uma forma de justificar a sua indignação às medidas tomadas pelo governo brasileiro no intuito de melhorar a qualidade dos serviços do SUS.

A qualidade humana e a alta qualificação dos profissionais de saúde cubanos têm permitido que ainda hoje, quando o país continua a enfrentar graves problemas econômicos que se alastram desde os anos 90, após a queda do campo socialista da Europa do leste, os índices de saúde da população cubana seguem colocados como exemplo para o mundo.

São índices de saúde alcançados através do trabalho interdisciplinar e intersetorial desses profissionais.

Por exemplo, em 2012 a mortalidade infantil em Cuba continuava sendo 4,6 por cada mil nascidos vivos, menor que o índice de Canadá e dos Estados Unidos.

A expectativa de vida é de 78 anos para os homens e 80 para as mulheres.

E já em 2011 existia um médico a cada 143 habitantes.

Em 2012, a dra. Margareth Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), reconheceu e elogiou o modelo sanitário de Cuba e destacou a qualidade do trabalho que realizam os profissionais de saúde e os cientistas cubanos, e felicitou às autoridades cubanas por colocar o ser humano no centro da sua atenção.

Não é desprestigiando nossos colegas de profissão, seja qual for o seu país onde tenha se formado, que vamos colocar em pauta e debater as verdadeiras causas da deterioração da qualidade dos serviços de saúde no Brasil.

Na hora de nos manifestar, o respeito, a solidariedade e a ética são necessários para estabelecer o diálogo e ir ao encontro da solução dos problemas.

Solidariamente,

Juan Carlos Raxach

Juan Carlos Raxach é assessor de projetos da Associação Brasileria Interdisciplicar de AIDS - ABIA
 
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